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Estrada de Ferro Oeste de Minas | |||||||
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Locomotiva Baldwin - bitola 76cm, fabricada para a EF Oeste de Minas ainda na fábrica | |||||||
Informações principais | |||||||
Sigla ou acrônimo | EFOM | ||||||
Área de operação | Minas Gerais e Rio de Janeiro | ||||||
Tempo de operação | 1880–1931 | ||||||
Interconexão Ferroviária | Estrada de Ferro Central do Brasil Estrada de Ferro Goiás Companhia Mogiana de Estradas de Ferro Estrada de Ferro Vitória a Minas Rede Sul Mineira | ||||||
Portos Atendidos | Angra dos Reis | ||||||
Sede | De 1878 a 1886 e de 1903 a 1920: São João del-Rei MG 1886 a 1903: Rio de Janeiro, RJ Após 1920: Belo Horizonte, MG | ||||||
Ferrovia(s) antecessora(s) Ferrovia(s) sucessora(s)
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Especificações da ferrovia | |||||||
Bitola | 1,00m; 0,762m | ||||||
Diagrama e/ou Mapa da ferrovia | |||||||
Mapa da Rede | |||||||
A Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM) (São João del-Rei, 02 de fevereiro de 1878 - Belo Horizonte, 23 de janeiro de 1931) foi uma empresa ferroviária, estatal e mineira.
A partir da década de 1870 discutia-se em São João del-Rei a possibilidade da chegada à cidade de uma via férrea que possibilitasse a ligação entre o município mineiro e a corte.
No relatório imperial sobre as linhas férreas do Sul de Minas Gerais feito em 1875 era discutida a melhor opção sobre a ligação da corte com o Rio Grande, em sua seção navegável. Assim aparece no texto direcionado ao imperador Dom Pedro II e ao Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas:
Uma alternativa apresentada pelo engenheiro da província mineira, ainda em 1863, acrescentava São João del-Rei na rota de uma possível via férrea ligando a corte, o Rio Grande e o Rio São Francisco:
Em 1877, com a chegada da linha da Estrada de Ferro Dom Pedro II à localidade denominada Sítio, a cem quilômetros de São João del-Rei, abriu-se a possibilidade de praticar a concessão estabelecida pela Lei Provincial nº. 1982 de 11 de novembro de 1873, que concedia privilégio por cinqüenta anos para a construção de uma via férrea em bitola estreita que, “partindo da Estrada de Ferro D. Pedro II, nas vertentes do rio das Mortes, se dirigisse a um ponto navegável do Rio Grande, e daí, pelo lado Oeste, fosse ter às divisas da Província”. No entanto, em 1877 é estabelecido que apenas deveria ser executada a primeira seção da estrada até São João del-Rei pela Lei nº. 2398, de 5 de novembro de 1877.
A bitola adotada para a linha a ser construída foi a de 76 centímetros, o que equivale a 2 pés e 6 polegadas, tendo em vista que a bitola máxima permitida seria a de um metro. Terminada a construção do trecho que ligava Sítio a Barroso, com extensão de 49 quilômetros, o mesmo passou a receber tráfego a partir de 30 de novembro de 1880. Na ocasião já contava a estrada com duas locomotivas do tipo American “Montezuma”.
No dia 28 de agosto de 1881 era inaugurada a Estrada de Ferro Oeste de Minas que contava então com as estações de Sítio, Barroso, São José del-Rei (posteriormente Tiradentes) e São João del-Rei e ainda, seu material rodante, contava com: “quatro locomotivas, quatro carros de primeira classe, quatro de segunda, um de luxo, dois de bagagens, dois de animais, quinze vagões fechados, dez abertos e um carro guindaste”.
A título de comparação, as seguintes estradas, todas de bitola de um metro, construídas no mesmo período, tiveram o seguinte valor por quilômetro construído:
Em 1885 a companhia adquiriu concessão para o prolongamento dando sentido ao nome que recebera. Seguiria rumo ao oeste de Minas Gerais dando seqüência ao seu traço que seguia o vale do Rio das Mortes. A partir de 1886 começaram, então, as obras da construção da linha tronco que, saindo de São João del Rei, alcançaria o município de Oliveira.
“O traçado na extensão de 221 quilômetros, sendo 172 do tronco e 49 do ramal, estendia-se por um lado até Oliveira e por outro, pela margem direita do Rio Grande, até a foz do Ribeirão Vermelho, que ficaria como ponto inicial da franca navegação daquele rio”.
No povoado de Aureliano Mourão acontecia a divisão em que a linha tronco seguia rumo norte em direção a Oliveira e continuava rumo oeste, seguindo o vale do Rio Grande até chegar em Ribeirão Vermelho que, naquele instante pertencia ao município de Lavras. A estação de Lavras, mais tarde viria a ganhar o nome de Ribeirão Vermelho. Em 14 de abril foi inaugurada a estação de Oliveira, no Km 171. Mais tarde, com a caducidade do contrato de concessão para a Estrada de Ferro Pitangui, a Oeste de Minas solicitou ao governo de Minas Gerais a permissão para prolongar suas linha até Pitangui. Logo, devido à autorização constante no artigo 5º. Da lei provincial nº. 31 684, de 1º. De setembro de 1888, firmava, a Oeste de Minas, contrato com o governo de Minas Gerais para o prolongamento da linha tronco até o alto São Francisco e mais a construção de dois ramais, um em direção a Itapecerica e outro alcançando Pitangui.
Depois de terminados esses 602 quilômetros até Barra do Paraopeba a linha com bitola de 0,76 m não mais se prolongou, sendo a bitola de um metro adotada para os próximos trechos da E. F. Oeste de Minas. Com o advento da república, a companhia obteve a concessão para construir uma linha que, a partir de Perdões, alcançasse Catalão no estado de Goiás, rumo noroeste, e Barra Mansa no estado do Rio de Janeiro, rumo sudeste. Mas o trecho que foi construído na concessão entre Perdões e Catalão só chegava à cidade de Formiga, em Minas Gerais. Em 1893 a Oeste de Minas conseguiu a concessão para a construção da estrada de ferro que deveria sair de Angra dos Reis e encontrar as “cabeceiras do ribeirão de Barra Mansa, terminando na cidade desse nome”. Dessa maneira, a estrada completaria a ligação entre Formiga, Minas Gerais, e o oceano Atlântico em Angra dos Reis, Rio de Janeiro.
Com dificuldades financeiras e dívidas acumuladas, foi decretada a liquidação forçada da companhia em abril de 1900, vindo a mesma a ser adquirida em hasta pública pelo governo federal em 13 de junho de 1903, depois de estar sob a guarda do banco alemão Brasilianische Bank für Deutschland e do próprio governo federal.
De 1903 a 1931 a Estrada de Ferro Oeste de Minas foi uma das estradas de ferro encampadas pelo governo federal, vindo a ser arrendada ao governo de Minas Gerais em janeiro deste último ano junto com a Rede Sul Mineira (RSM) para formar a Rede Mineira de Viação (RMV).
A linha-tronco da EFOM em bitola estreita de 762 mm tinha formato de "L". A linha se iniciava em Sítio, junto à linha-tronco da Estrada de Ferro D. Pedro II, passando por São João del-Rei indo até Aureliano Mourão. Deste ponto, a linha-tronco passava por Oliveira, Divinópolis, Pompéu até chegar à Barra do Paraopeba. De Aureliano Mourão também saía um ramal que ia até Ribeirão Vermelho (onde se iniciava a navegação do Rio Grande):
Linha-tronco - 602 km
Ramais
A maior parte das linhas em bitola métrica da Oeste de Minas ainda se encontram operacionais, formando uma das malhas mais ativas da Ferrovia Centro Atlântica, como, por exemplo, a ligação entre Belo Horizonte e o Triângulo Mineiro, passando por Divinópolis.
O nome EFOM foi retomado no fim da década de 1970 para fins turísticos nas vias de bitola de 0,76m. O mais famoso hoje dos trechos dessa ferrovia é o que restou de suas linhas originais em bitola de 0,76m, entre São João del-Rei e Tiradentes. O referido trecho seria erradicado como o restante da linha da "bitolinha" no início dos anos 80, porém, foi preservado como resultado da pressão da sociedade civil que tinha entre as entidades a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF). Desde então os 12 km que separam as duas cidades históricas mineiras funcionam em caráter turístico.